Aluguéis aumentam mais que a inflação e prejudica a população

04/03/2022

As famílias que pagam aluguéis sabem o grande impacto que esse valor tem nas finanças, contudo, um fator que vem ocasionando ainda mais problemas em relação ao tema é o valor do reajuste anual que é repassado aos inquilinos. Para se ter ideia, para os contratos com aniversário no mês de dezembro de 2020, terão […]


As famílias que pagam aluguéis sabem o grande impacto que esse valor tem nas finanças, contudo, um fator que vem ocasionando ainda mais problemas em relação ao tema é o valor do reajuste anual que é repassado aos inquilinos. Para se ter ideia, para os contratos com aniversário no mês de dezembro de 2020, terão o reajuste de aluguel será de 24,52%, de acordo com o IGP-M de novembro de 2020.O problema é que esse valor é muito acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é a inflação oficial do país e que teve alta de 0,81% em novembro e, nos últimos 12 meses, de 4,22%. Ou seja, esse modelo de que ajuste é insano e prejudica muito a população, ocasionando uma perda muito grande de poder aquisitivo.Esse tema até hoje tinha sido pouco debatido, o que é uma irresponsabilidade até mesmo por parte dos economistas brasileiros que já deviam ter alertado essa distorção. Felizmente já existem algumas primeiras ações em sentido contrário desse índice absurdo, como é o caso de um imobiliária digital, que vem propondo aos proprietários a aplicação de taxas menores, pelo IPCA.Contudo, o movimento tem que ser maior, é preciso que se tenha a percepção dessa disparidade, caso contrário com o tempo todos serão prejudicados por essa disparidade, com as famílias não tendo condições de arcarem com esses valores e com os proprietários não conseguindo alugar ou receber esses valor.A hora é de buscar alternativa viáveis para todos, para que nossa economia seja saudável e não entre em colapso, a ideia é que o índice de reajuste desses valores seja o mais próximo dos reajustes dos salários (dissídios).Enquanto isso não ocorrer a alternativa para as famílias passa necessariamente por reavaliar a vida financeira, reduzindo os gastos e adequando o padrão de vida a uma nova realidade de ter uma menor verba para passar o mês. É preciso repensar o consumo e rever os produtos adquiridos.Para entender melhor essa disparidade, o IGP-M é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP), que registra a variação de preços do mercado. Ele engloba desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. É calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado mensalmente. Ou seja, os valores relativos a esses não estão de acordo dos produtos que estão nas prateleiras.E são os valores das prateleiras é que são utilizados pelo IBGE para a formação dos índices da inflação. Além disso, os valores dos dissídios não utilizam o IGP-M, esse cálculo é feito geralmente utilizando vários outros índices, o que faz com que o valor seja praticamente sempre abaixo do reajuste do aluguel, prejudicando consideravelmente a população que busca essa alternativa de moradia.Sobre Reinaldo Domingos – Está a frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.DSOP.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

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