É bom, mas com limite

04/03/2022

Dados do Banco Central (BC) mostram que é cada vez maior o endividamento do brasileiro no cartão de crédito. As pendências com crédito rotativo, saques em dinheiro e parcelamentos com juros chegaram a julho com um saldo acumulado recorde de R$ 26,49 bilhões, 580% a mais que o total de financiamentos para a compra da casa própria e 54% maior que o uso do cheque especial.


Vantagens do cartão de crédito tornam-se armadilhas para quem não controla gastosDados do Banco Central (BC) mostram que é cada vez maior o endividamento do brasileiro no cartão de crédito. As pendências com crédito rotativo, saques em dinheiro e parcelamentos com juros chegaram a julho com um saldo acumulado recorde de R$ 26,49 bilhões, 580% a mais que o total de financiamentos para a compra da casa própria e 54% maior que o uso do cheque especial.Mesmo sendo a mais cara, hoje em 237,9% ao ano, é a modalidade de crédito que mais cresce. A cada R$ 4 tomados por pessoas físicas no País, R$ 1 é no cartão de crédito. A inadimplência com atraso acima de 90 dias representou 28,3% das operações em julho.Para o especialista em educação financeira Reinaldo Domingos, autor de livros sobre o tema, a solução está no diagnóstico das causas que levaram a pessoa ao endividamento. Para ele, os descontroles pelos estímulos do marketing e pela facilidade do crédito, aliados à falta de educação financeira, são armadilhas que empurram o consumidor a fazer gastos superiores aos ganhos. Identificar as saídas de dinheiro desnecessárias ou que podem ser racionalizadas, entende Domingos, é o primeiro passo para se livrar da enrascada com o crédito.“Atualmente, o sonho de muitos brasileiros é sair das dívidas. Mas não vai adiantar trocar uma dívida mais cara por uma mais barata, como no crédito consignado, se a pessoa não modificar a sua vida”, diz Domingos.O especialista entende que o devedor, após reorganizar as finanças e definir quanto pode poupar para começar a quitar a dívida, deve procurar a operadora de cartão e fazer uma oferta para pagar parceladamente e com desconto o débito, pois a empresa também tem interesse em facilitar algumas condições para receber.Para o professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA) Ricardo Almeida, é preciso que toda a família participe do esforço. “Isso não se consegue de uma hora para outra. É um exercício diário, mensal, como quem cura um vício.”Outras dicas são evitar pagar parte da fatura de cartão e tentar pagar em dia. A rolagem da dívida, lembra Almeida, envolve um dos juros mais caros do mercado. “O bom uso do cartão é pagar toda a fatura. E em dia”, reforça.Fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2674709.xml&template=4187.dwt&edition=13258§ion=886

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