Os riscos por trás do sucesso do PIX

04/03/2022

A ferramenta financeira do momento é o PIX que, em uma primeira análise, é uma grande evolução em nosso sistema financeiro, possibilitando pagamentos instantâneos que deve substituir o TED e o DOC. Mas vamos entender melhor esse tema.O PIX chegou com grande força, segundo dados do Banco Central, já foram registradas mais de 106 milhões […]


A ferramenta financeira do momento é o PIX que, em uma primeira análise, é uma grande evolução em nosso sistema financeiro, possibilitando pagamentos instantâneos que deve substituir o TED e o DOC. Mas vamos entender melhor esse tema.O PIX chegou com grande força, segundo dados do Banco Central, já foram registradas mais de 106 milhões de chaves cadastradas, com a participação de 44 milhões de pessoas e quase 3 milhões de empresas. Se por um lado essa novidade amplia muito as opções de pagamentos e transferências bancárias, sem custos, bastando cadastrar uma chave no novo sistema para poder receber as transferências. Por outro lado, também existem riscos.O que mais me assusta é que essa é uma nova ferramenta para facilitar os gastos desenfreados. Lembrando que o PIX é bastante simples de utilizar pode incentivar ainda mais o consumo compulsivo da população, fato que já é bastante alto e leva milhões de consumidores ao endividamento. As pessoas terão que ter muito mais cuidado na hora das compras.O PIX, sem controle do correntista, pode ser o início de uma inadimplência ferrenha, sendo que ele é debitado diretamente na conta corrente e aí está o perigo de gastos descontrolados que levem ao cheque especial, que, simplificando, é um crédito pré-aprovado com taxas de juros que pode chegar a 8% ao mês, que são altíssimas.Assim, é preciso entender que o PIX se mal utilizado, pode desencadear uma maior inadimplência. O pressuposto de uma vida saudável financeiramente não pode ser embasado somente em fazer o cidadão pagar com mais e mais facilidades, devemos ficar atentos e proteger o dinheiro em nossas mãos, criando caminhos para potencializar a criação de reservas, e não de consumo.Também ressalto sobre pontos de preocupantes relacionados a golpes financeiros, que são simplificados com essa nova ferramenta, bem como os cuidados de segurança no uso de aparelhos de smartphones, com travas e maiores proteções, bem como cuidado em relação às senhas.Ou seja, a ferramenta é interessante, mas grande parte da população deve se atentar para um problema que vem ocasionado problemas já há anos que é a facilidade de uso de ferramentas financeiras e a falta de educação financeira. A modernidade é importante, mas ela precisa vir acompanhada de conhecimentos, para não termos reflexos não esperados dessas ações.Infelizmente nesse período de pandemia observo uma diminuição de conteúdos relacionados a educação financeira e aumento de formas de compras, assim, esta é a hora de potencializar ainda mais ideias como consumo consciente e sustentável.Sobre Reinaldo Domingos – Está à frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.DSOP.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

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