Crédito para negativado é uma alternativa?

04/03/2022

A crise é assustadora e levou muitas pessoas a negativarem o nome, pois precisaram pegar empréstimo. Estar com o nome sujo significa que não conseguiu quitar boletos ou dívidas até a data do vencimento. Muitas vezes isso levam as pessoas a falsas soluções, como as que possibilitam juros de mais de 500% ao ano, criando uma […]


A crise é assustadora e levou muitas pessoas a negativarem o nome, pois precisaram pegar empréstimo. Estar com o nome sujo significa que não conseguiu quitar boletos ou dívidas até a data do vencimento. Muitas vezes isso levam as pessoas a falsas soluções, como as que possibilitam juros de mais de 500% ao ano, criando uma situação insustentável.

Para piorar a situação, agora se tem o crédito para negativado, que possibilita que as pessoas se afundem ainda um pouco mais nas dívidas. Existem várias financeiras e startups hoje que oferecem crédito pessoal para pessoas que já estão negativadas.

O primeiro problema em relação a esse ponto é que se a pessoa não conseguia pagar as dívidas antes, como pagará agora? Outro problema é que, em geral, as financeiras que emprestam para negativados costumam cobram juros exorbitantes, que chegam a quase 900% ao ano, pois o risco é muito grande.

Por fim, também existem muitos golpes esse momento, empresas de fachadas que usam do desespero para extorquir ou tirar o pouco que as pessoas ainda tem.

Mas caso a situação seja de desespero, antes de tomar qualquer linha de crédito é preciso colocar a casa em ordem. A primeira orientação é identificar por que você chegou ao ponto de ter que pegar mais um financiamento se já está com dívidas em atraso.

É um problema pontual ou tem se repetido com certa frequência? A resposta a essa pergunta tem de vir acompanhada de um raio-x de todas as contas da família. Sim, é importante envolver as finanças dos membros mais próximos da família nesse processo.

Coloque no papel – ou na tela do celular – quanto vocês gastam com luz, telefone (celular inclusive), moradia (aqui inclui aluguel, condomínio, rateio de despesas do prédio), educação, saúde e alimentação. Também é importante identificar tudo o que é pago no cartão de crédito, no de débito e no dinheiro.

Feito isso, é hora de cortar gastos. O que não for essencial tem de ser eliminado ou, no mínimo, reduzido para conseguir sair da espiral de dívidas. Outro passo importante é renegociar valores. Por causa da redução de salários, demissões ou rescisão de contratos, muitos inquilinos têm conversado com os locadores a possibilidade de reduzir o valor dos alugueis. Há quem esteja conversando também com as escolas para tentar reduzir a mensalidade. O ideal é conseguir ajustar as contas à nova realidade mais apertada.

Agora, se o cenário é que você ficou desempregado e precisa pegar dinheiro emprestado para montar um pequeno negócio para ter renda, então, pode ser interessante de tomar o empréstimo. Mas o ideal é fazer a conta de quanto vai pagar de juros e comparar com o potencial de vendas do novo negócio.

Confira o conteúdo bônus no vídeo abaixo:

Reinaldo Domingos, educador financeiros, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do livro Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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