No cofrinho, se guarda dinheiro ou sonhos?

04/03/2022

Difícil encontrar alguém que, na infância, não tinha um cofrinho para guardar as moedas que ganhava dos familiares ou que economizava no recreio da escola. Um dos momentos marcantes era o dia de abri-lo ou quebrá-lo e descobrir o quanto tinha guardado e, depois, usar esse dinheiro das mais variadas formas. Essa ação inocente, contudo, era muito importante, sendo um dos primeiros contatos das crianças com o dinheiro.


Difícil encontrar alguém que, na infância, não tinha um cofrinho para guardar as moedas que ganhava dos familiares ou que economizava no recreio da escola. Um dos momentos marcantes era o dia de abri-lo ou quebrá-lo e descobrir o quanto tinha guardado e, depois, usar esse dinheiro das mais variadas formas. Essa ação inocente, contudo, era muito importante, sendo um dos primeiros contatos das crianças com o dinheiro.

Infelizmente, nas décadas de 80 e 90, essas peças foram, de forma gradativa, reduzidas nos quartos das crianças em função dos altos índices de inflação e da mudança constante de moedas. Mas, depois de 1994, da implantação do Plano Real nasceu uma nova história, o resgate do valor ao dinheiro, promovido pela estabilidade de nossa moeda nacional, e, com isso, voltou o interesse dos pais em presentear os seus filhos com os cofrinhos, para que eles iniciassem um contato cada vez maior com o dinheiro.No entanto, apenas criar o hábito de poupar, guardando dinheiro no cofrinho, não vem sendo suficiente para educar nossas crianças. Isso porque elas mal começam a guardar dinheiro no cofrinho e logo abrem e tiram o dinheiro para consumir em guloseimas ou outras futilidades.Assim, o cofrinho, por si só, não constrói na criança a cultura de poupança estruturada. O fato de guardar dinheiro por guardar, dentro de um cofrinho, de nada resolve, visto que a criança, quando vir algo que a encante, vai gastar sem pensar.Se tiver filhos ou sobrinhos, bata um papo com eles e provoque neles o desejo de sonhar, presenteando-os com três cofrinhos para os sonhos de curto, médio e longo prazos, colocando o nome em cada um deles. Procure já dar a sua contribuição, doando algumas moedas para cada um deles. Faça também com que eles pintem os seus sonhos, colando em cada um. Ensine que parte do dinheiro que eles ganharem deve ser guardado para os sonhos e a outra parte, para as suas guloseimas. Lembre-se que uma criança não pode somente pensar em dinheiro, ela precisa curtir a sua juventude com alegria e felicidade. O ato de aprender a poupar para a realização de seus sonhos é um grande agente transformador, que esinará ela hábitos de poupar para realizar desejos.Para finalizar, chamo ainda a atenção para que, na hora em que a criança encher seus cofrinhos, é preciso mostrar que chegou o momento de realizar o sonho. Vá até a loja comprar o que ela havia sonhado quando começou a poupar; não tenha dó, é preciso que ela entenda que, guardando dinheiro, poderá realizar sonhos. Na hora de pagar, deixe ela praticar esse ato comercial, trocando suas moedas pelo sonho. A criança precisa saber que dinheiro guardado realiza desejos e sonhos.Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), autor dos livros Terapia Financeira, Eu mereço ter dinheiro, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país.Fonte: http://www.infomoney.com.br/blogs/financas-em-casa/post/2735934/cofrinho-guarda-dinheiro-sonhos

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