Novo Programa Emergencial – empresas precisam combater endividamento

04/03/2022

A presença da educação financeira dentro das empresas se fez essencial nesses tempos de pandemia e ainda se mostrará muito relevante, lembrando que deveremos ter o início do período do Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Como no ano passado, os salários e as jornadas poderão ser reduzidos em 25%, 50% […]


A presença da educação financeira dentro das empresas se fez essencial nesses tempos de pandemia e ainda se mostrará muito relevante, lembrando que deveremos ter o início do período do Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Como no ano passado, os salários e as jornadas poderão ser reduzidos em 25%, 50% e 70% em acordos individuais ou coletivos.

Ou seja, os empregados, por mais que tenham uma contrapartida governamental, terão reduções dos ganhos e terão que adequar as finanças. Sendo fundamental que as empresas também auxiliem esses colaboradores com a disponibilização de conteúdos relacionados à educação financeira.

Mas o problema das finanças das empresas é muito mais antigo do que a atual crise, em pesquisa divulgada em 2018 pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, revelou-se que 84% dos trabalhadores brasileiros enfrentavam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofriam prejuízos ou não entendiam de finanças. 

Apenas 16% desses colaboradores eram capacitados financeiramente, ou seja, conseguiam pagar suas contas com o pagamento mensal e planejar seus gastos com antecedência. Uma situação que não mudou e que assusta a população e deve acender um sinal de alerta nas empresas.

É comprovado que o desequilíbrio financeiro pode influenciar diretamente na produtividade das empresas, já que um funcionário endividado, sem dúvida, perderá o foco no trabalho, ou então receberá ligações de cobradores, no horário do expediente, e em casos mais graves, pode forçar a demissão para quitar as dívidas com o dinheiro da rescisão contratual. Tudo isso compromete o desenvolvimento das atividades e até mesmo a rentabilidade das empresas.

O único caminho para mudar essa realidade é através da educação financeira que irá beneficiar os colaboradores e também os gestores das empresas. Mas como fazer isso?

A solução para os problemas financeiros nem sempre é apenas receber um aumento salarial, ou outros benefícios, como muitos pensam. É preciso aprender a administrar a quantia que se tem, antes mesmo de buscar mais, caso contrário, quanto mais ganhar, mais irá gastar.

Para que esse profissional comece a mudar seus hábitos e comportamentos, aprendendo a administrar os recursos financeiros de forma saudável, a educação financeira oferece todo um suporte para que ele equilibre as finanças, sempre respeitando os limites do seu padrão vida.

Ressalto que não se trata somente de cursos de investimentos, ou palestras. A educação financeira nas empresas vai além, pois está diretamente ligada à responsabilidade social da empresa, beneficiando assim os familiares, comunidade e a própria organização.

Portanto, a empresa que investe em programas de educação financeira também sai ganhando, já que seus colaboradores passarão a trabalhar com mais prazer, mais tranquilidade e buscando crescimento, pois retomam a consciência de ter objetivos.

Reinaldo Domingos é PhD em Educação Financeira, está à frente do Canal Dinheiro à Vista (http://www.dinheiroavista.com.br), presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do livro Por que enfrentamos crises e não estamos preparados (Ed. DSOP), e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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