Preços assustam, mas alerta é para consumo exagerado.

04/03/2022

A palavra mais pronunciada do momento na economia nacional é inflação. Preços em alta são alardeados como ameaça à era de estabilidade. E após anos sem se preocupar em olhar etiquetas nas gôndolas, o brasileiro está reaprendendo a consumir e de volta às listinhas. A maior dica de especialistas e de quem frequenta supermercados semanalmente […]


A palavra mais pronunciada do momento na economia nacional é inflação. Preços em alta são alardeados como ameaça à era de estabilidade. E após anos sem se preocupar em olhar etiquetas nas gôndolas, o brasileiro está reaprendendo a consumir e de volta às listinhas. A maior dica de especialistas e de quem frequenta supermercados semanalmente e já entendeu a dança dos preços, no entanto, é a renúncia ao impulso de comprar.

 “O governo está certo em tomar medidas para manter uma inflação controlada e conter a alta do dólar. Mas isso tem que ser feito agora porque o próprio governo estimulou o consumo, e o brasileiro se descontrolou”, afirma Alexandre Damiani, diretor-executivo do Instituto DSOP de Educação Financeira.O especialista alerta que o consumidor, na verdade, não está atento à inflação tampouco se deu conta do real risco a seu orçamento doméstico. “As pessoas estão consumindo direto, fazendo prestações e dívidas, como que para compensar uma época em que não podiam ter certos bens”, analisa Damiani. Vendas de carros, eletroeletrônicos e serviços só crescem nos últimos anos, observa o economista. Para ele, se esse quadro não for freado, a inadimplência poderá engessar a economia: “O brasileiro precisa reaprender a juntar para comprar à vista.” De volta ao Brasil e às listas semanaisA comunicóloga Adriana Martins Reis, 35 de idade, voltou a morar no Brasil no fim de 2010, após três anos e meio nos Estados Unidos com marido e filhos, e não sabia, desde que casou e passou a partilhar contas, o que era inflação. “Antes de irmos para Houston, gastávamos de R$ 100 a R$ 200 por semana. Lá, a conta ficava entre US$ 100 e US$ 200, o que nos assustou, porque era o dobro. Agora, nossa média de gastos com supermercado está entre R$ 200 e R$ 300 por semana, eventualmente R$ 400”, conta. A solução para equilibrar o orçamento, segundo ela, é fazer duas listas após pesquisa de preços, uma para cada mercado, ouvir dicas do funcionário do setor hortifruti e abrir mão de muitos itens, principalmente. “Também não acredito muito em promoções do tipo leve 2 em 1. Isso engana muito e pode sair mais caro”, diz Adriana. “Não há razão para alarde”Recentemente, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou estudo indicando que a inflação é a maior preocupação dos brasileiros. Mas o economista Alexandre Damiani minimiza o temor e defende que as oscilações nos preços não justificam tanto alarde. “Os preços estão variando pouco, nada remete àquele ambiente de instabilidade do passado. A inflação atinge mais os produtos importados. Há muita diferença por conta dos períodos de safra. Então, basta recorrer à substituição de produtos. Os alimentos sobem e descem ao longo do ano”. DICAS PARA EQUILIBRAR O ORÇAMENTOFaça lista antes de ir ao supermercado ou à feira. Isso evita a compra de produtos desnecessários ou por impulso. Observe preços nas gôndolas semanalmente. Se um artigo ficar muito caro, opte pela substituição por similar. Peça dica aos verdureiros e fruteiros dos mercados. Eles sabem quais são os itens em safra, portanto os mais acessíveis em termos de valores e qualidade. Preços de alimentos sobem e descem no mesmo ano.Não se engane com promoções do tipo leve 2 em 1. O pacote pode sair mais caro e nem sempre há necessidade de estocar. Não concentre compras em um só estabelecimento. Preços variam de rede para rede e de acordo com o produto. Fonte:http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2011/7/precos_assustam_mas_alerta_e_para_consumo_exagerado_181495.html

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