Redução dos juros e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

04/03/2022

Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que cortou na terça, 22 de julho, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 pontos percentual, caindo os juros de 9,25% para 8,75% ao ano, promete reflexos positivos na economia, mas, é necessário cuidado para que uma possível euforia não seja repassada para o consumo desenfreado.


Redução dos juros, o que muda em sua vida?Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que cortou na terça, 22 de julho, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 pontos percentual, caindo os juros de 9,25% para 8,75% ao ano, promete reflexos positivos na economia, mas, é necessário cuidado para que uma possível euforia não seja repassada para o consumo desenfreado.Isso porque, a Selic bancária baixa não tem reflexo imediato nos juros bancários, nos cartões de créditos e em outros tipos de linhas de crédito. Apesar de terem alguns bancos se antecipado, abaixando as taxas de juros, o reflexo só se tornará mais efetivo depois de seis meses. Além disso, as reduções nas taxas só são interessantes se ocorrem de forma drástica, pois, na situação atual são abusivas e levam os consumidores ao endividamento rápido.Existem casos, como os de cartão de crédito, que as taxas estão acima de 10% ao mês, fazendo com que qualquer dificuldade de pagamento de uma fatura reflita em uma “bola de neve”, onde a consumidor verá as dívidas crescendo de maneira exponencial.Motivo da alta taxa de jurosE qual os motivos que levam a essas altas taxas de juros? Essa resposta é simples, além da falta de controle mais rígido do governo essas sobre práticas de juros abusivas, existe o medo dos bancos que fornecem esse serviço de não receberem o dinheiro emprestado e terem prejuízos, em função da alta taxa de inadimplência no país. Criando a necessidade de aumentar a lucratividade para não sentir possíveis perdas.A solução para esse problema, possibilitando que consumidor aproveite o momento de crescimento pelo qual nossa economia passa, é o consumo consciente em conjunto com a educação financeira.O consumo consciente é a ação de o consumidor refletir antes de uma compra, sobre os impactos que terá para ele e para todo o meio em que vive. As perguntas são simples: ‘Necessito realmente desse produto? O que essa aquisição trará de positivo e de negativo para mim? E para o meio em que vivo, essa compra terá algum impacto? Qual?’.Nesse ponto é importante que todos pensem sobre como são responsáveis pelos efeitos sociais e ambientais de nosso consumo. E, um mundo melhor para todos, depende de uma reflexão urgente sobre esses pontos.Educação financeira e impacto das comprasA educação financeira é a análise de qual impacto essas compras terão nas finanças; analisando se existe condição de pagá-la; os impactos nas finanças no futuro; gastos que essa ação de consumo gerará; planejamento para a compra a vista, em detrimento aos problemas das compras a prazo. Em resumo todos os pontos que podem gerar problemas com endividamento.Assim, é importante reforçar que as notícias sobre o queda dos juros Selic são ótimas, e demonstram um país em crescimento, contudo, o impacto que essa notícia terá na vidas das pessoas deve ser objeto de análise, para que isso não reflita em uma bolha de consumo desenfreado e a altas taxas de inadimplência.Instituto Brasileiro de Governança Corporativa promoveu eventoO Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) promoveu em 29 de julho no Hotel Grand Hyatt em São Paulo, palestra-almoço com dois executivos de bancos de médio porte. As palestras foram com o Diretor Presidente do Banco Indusval Multistock, Manoel Felix Cintra Neto e com o Vice Presidente do BIC Banco, Milton Bardini.O tema central das duas palestras foi sobre a crise global, que começou a ser percebida em meados de 2007, quando atingiu o mercado hipotecário americano, o mercado de capitais e a saúde financeira dos bancos. Houve falha na percepção do risco sistêmico e demora na adoção de medidas efetivas.No Brasil a ressaca chegou em setembro de 2008, atingindo as exportações, afetando o agronegócio, reduzindo a atividade econômica, tendo efeito recessivo impactou o nível de emprego, cortou as linhas de crédito externas, espantou o mercado de capitais e migrou recursos para pólos considerados mais seguros.Houve competição de recursos entre o Governo e Bancos, e entre os Bancos Grandes e os Bancos Médios.Gestão de Liquidez, de Custos e de RiscoNo caso do Banco Indusval foram tomadas três precauções: Gestão da Liquidez (limitação a novas operações de crédito e renovações; diversificação das fontes de funding), Gestão de Custos (ajuste do quadro funcional; revisão e reestruturação de processos e procedimentos); Gestão de Risco (redução de exposição a crédito com reforço de garantias nas renegociações; menor exposição a riscos de mercado nas posições compromissadas).A crise para os bancos médios no Brasil gerou teste de liquidez, stress sobre a qualidade da carteira de créditos, questionamento e checagem do modelo de negócios e o êxodo de acionistas.Fonte: http://www.soeconomia.com.br/index.phpoption=com_content&task=view&id=1223&Itemid=44

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