Mudança nas regras do rotativo do cartão de crédito não facilita a vida do consumidor

04/03/2022

O cartão de crédito pode ser um grande aliado na vida financeira. Entretanto, se não for bem usado, também pode ser o causador do caos nas finanças. E as mudanças no rotativo do cartão, vigentes desde o dia 3 de abril, não facilitam a vida do consumidor, apontam especialistas. Antes o consumidor deveria fazer o […]


O cartão de crédito pode ser um grande aliado na vida financeira. Entretanto, se não for bem usado, também pode ser o causador do caos nas finanças. E as mudanças no rotativo do cartão, vigentes desde o dia 3 de abril, não facilitam a vida do consumidor, apontam especialistas.

Cartão de crédito

Antes o consumidor deveria fazer o pagamento mínimo (15% do valor da fatura) até o vencimento para não ficar inadimplente. O restante da dívida, acrescido de juros, seria cobrado no mês seguinte e o consumidor podia fazer o pagamento mínimo novamente, mês a mês, gerando a famosa “bola de neve” do rotativo do cartão de crédito.Agora, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo por um mês. Depois disso, o banco ou a instituição financeira é obrigada a oferecer uma linha de crédito que financie o saldo devedor com juros menores do que os do rotativo, gerando uma dívida total menor.Segundo o especialista em Educação Financeira, Reinaldo Domingos, os problemas com o cartão de crédito são gerados por falta de planejamento. “Cartão de crédito não é problema e nem solução, é apenas uma forma de pagamento que pode trazer muitas vantagens, se bem utilizada, como acúmulo de milhas, para poder trocar por passagens aéreas ou desconto em produtos, por exemplo. A grande questão é que as pessoas compram sem planejamento, sem consciência, e acabam usando essa facilidade da maneira errada, pagando um preço bem alto pelo erro. É importante que as dívidas não ultrapassem 30% do salário ou ganho mensal, justamente para evitar o descontrole financeiro”, indica.Ainda de acordo com Reinaldo, as mudanças nas regras do rotativo do cartão não diminuirá a inadimplência. “Apenas a mudança que leva a substituição do rotatitivo do cartão de crédito pelo parcelamento da dívida à juros menores não diminuirá a inadimplência. Afinal, com as novas taxas, por mais que o valor total da dívida seja diminuído, as parcelas mensais acabarão sendo iguais ou até mesmo maiores do que o valor mínimo da fatura. Ou seja, no orçamento mensal do consumidor, a diferença será quase nula. A saída para o problema está menos em acompanhar as taxas e muito mais em se educar financeiramente“, diz.Para ele, “quem chegou ao ponto de não conseguir pagar as parcelas mensais precisa fazer, imediatamente, um diagnóstico financeiro para rever sua situação e combater a verdadeira causa do problema”. “O primordial para ter uma vida financeira saudável é ter os objetivos de vida definidos. Muitas pessoas deixam para poupar para os seus objetivos quando – e se – sobrar algum dinheiro no final do mês. Se você estiver fazendo dessa forma, esqueça! Dificilmente conseguirá conquistar seus sonhos no momento planejado e terá uma vida financeira guiada pelo consumismo“, alerta.Sendo assim, para se ter uma vida financeira saúdavel e não se endividar por causa do cartão de crédito, é preciso elaborar um orçamento. “É chegada a hora de priorizar aquilo que realmente importa. Lembre que para colher resultados diferentes é preciso agir diferente, mudar atitudes e hábitos. Para isso, logo que receber o salário, já se deve retirar a quantia mensal necessária para a realização das suas metas, colocando esse dinheiro na melhor opção de investimento de acordo com o prazo desse sonho”, finaliza.

Brasileiro é mal educado financeiramente

A situação do Brasil em relação a educação financeira não é das melhores. O estudo da S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor’s), aplicado em 144 países, apontou que o Brasil está na 74ª posição em relação ao tema.No estudo, apenas 35% dos entrevistados disseram que se consideram educados financeiramente. “Se pensarmos que essas respostas foram espontâneas, podemos ter como certo que o resultado não reflete a realidade que observamos nos índices de endividamento e inadimplência em nosso país. Justamente por isso, a mudança não é simples. É uma questão cultural”, reflete Reinaldo.

Leitura para se educar

Segundo o especialista, uma boa forma de se educar financeiramente é lendo. Abaixo segue o título de algumas obras para quem quer ficar com a vida financeira saudável:- Terapia FinanceiraLivre-se das DívidasEu Mereço ter DinheiroTer Dinheiro não Tem SegredoMesada não é só DinheiroPara educar a criançada:Diários dos Sonhos– O Menino e o Dinheiro- O Menino, o Dinheiro e os Três CofrinhosFonte: https://goo.gl/cLGE0Z

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