Saque do FGTS – Sacar ou não sacar

04/03/2022

Muitas pessoas estão querendo que eu fale sobre o direcionamento relacionado ao FGTS, se devem usar ou não usar. Isso por que o recentemente tivemos a notícia de que o governo federal está liberando até R$ 1.045 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), os depósitos começaram dia 29 de junho e foi […]


Muitas pessoas estão querendo que eu fale sobre o direcionamento relacionado ao FGTS, se devem usar ou não usar. Isso por que o recentemente tivemos a notícia de que o governo federal está liberando até R$ 1.045 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), os depósitos começaram dia 29 de junho e foi até 21 de setembro para as poupanças digitais abertas pelo banco Caixa Econômica Federal, podendo ser utilizando apenas para pagamentos de boletos e compras online.Posteriormente a este prazo o dinheiro poderá ser sacado diretamente. O calendário depende do mês de nascimento do trabalhador. Essa medida vem como uma forma de combater a crise criada pela pandemia do coronavírus e deverá ser utilizada pelas pessoas que realmente estão sentindo o impacto da crise no bolsoMas e aí, é uma boa usar esse dinheiro? Depende, primeiro temos que levar em conta que atualmente o rendimento do FGTS é maior do que a maioria dos investimentos existentes.Em contrapartida, essa renda, mesmo que não tão significativa, pode vir em boa hora para quem está em dificuldade. O problema é que muitas pessoas usam rendas extras mesmo sem necessidade e em compras que não precisam sem considerar sua situação financeira atual, entrando numa bola de neve de inadimplência. Infelizmente, isso é comum.Assim, a decisão de como usar o FGTS vai depender justamente da situação financeira em que a pessoa se encontra. Se ela estiver em uma situação financeira confortável, a melhor orientação é não mexer neste dinheiro e deixar ele rendendo, pois poderá ajudar muito suas finanças.Mas se estiver endividado deverá sim sacar, mas com foco, para que o dinheiro seja utilizado para o que realmente é necessário. Confira orientações para quem está em situação de inadimplência, de equilíbrio financeiro e também para quem já tem o hábito de investir:Em situação de inadimplênciaCaso o valor resgatado seja suficiente paraquitar as dívidas em atraso totalmente, mesmo assim é preciso cuidado, avalie se não vai precisar destes valores no futuro, na crise é hora de planejar muito bem os gastos. Além disto, é válido negociar e conseguir descontos, diminuindo grande parte da dívida. Por outro lado, se não for para quitar 100% da dívida, é mais interessante investir o valor e para ter força para negociar no futuro.De uma forma ou de outra, o principal a ser feito nessa situação delicada é se educar financeiramente, ou seja, mudar seu comportamento para não mais retornar à inadimplência. O primeiro passo é olhar para a sua situação de forma honesta e levantar todos os números, traçando um planejamento pararenegociar a dívida– agora ou no futuro – em parcelas quem respeitem o orçamento mensal.Em situação equilibrada ou de investidorEsse dinheiro pode ser a salvação para não se endividar, assim é preciso de muito cuidado, o valor pode acabar ser utilizado emcompras supérfluase de pouca importância, ao invés de contribuir para aconquista de “gordura” financeira neste momento. Também é preciso não esquecer que é preciso sonha e cada pessoa deve ter no mínimo três: um de curto prazo (a ser realizado em um ano), outro de médio prazo (entre um e dez anos) e outro de longo prazo (a ser realizado a partir de dez anos).Nessa situação, a orientação é não fazer o saque das contas atualmente nenhum rendimento tem a rentabilidade do FGTS, mesmo com a SELIC menor da história, pois o fundo tem rendimento mínimo.Enfim, utilizar o FGTS é muito importante no momento, mas é preciso planejamento e cuidado para que esse realmente possa ajudar neste momento ou em momentos futuros. Lembrando que essa crise ainda irá durar por um longo tempo.Reinaldo Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin –www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.DSOP.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

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