Varejo: inadimplência teve alta de 7,4% no primeiro trimestre

04/03/2022

A inadimplência do crediário no varejo de moda registrou aumento de 7,4% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.


Levantamento refere-se às compras realizadas por consumidores no crediário em janeiro, fevereiro e março e que estão atrasadas de 61 a 90 dias

Via: Monitor Mercantil

A inadimplência do crediário no varejo de moda registrou aumento de 7,4% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Índice Meu Crediário, pesquisa que mede os níveis de inadimplência junto a cerca de 200 varejistas do país. De acordo com o levantamento, durante o período neste ano as lojas tinham a receber R$ 40,6 milhões e desse montante R$ 3,4 milhões (8,59%) foram pagos com atraso.

O índice de inadimplência do primeiro trimestre refere-se às compras realizadas pelos consumidores em janeiro, fevereiro e março e que estão atrasadas entre 61 e 90 dias. Após 90 dias, o cliente já é considerado inadimplente pelos órgãos de proteção de crédito. O levantamento tem nível de confiança de 95%.

O crediário próprio ganhou muito espaço em 2020 e continua com forte demanda em 2021. No primeiro trimestre deste ano, o Meu Crediário analisou um volume de crédito de R$ 47,6 milhões, um aumento de 54% na comparação com o ano passado, cujo valor foi de R$ 31 milhões.

Cerca de 30% da população brasileira está inadimplente e, por isso, enfrenta dificuldades de acesso ao crédito. Em números, o problema atinge 62,56 milhões de consumidores, que somam R$ 249,6 bilhões em dívidas, uma média de quase R$ 4 mil por pessoa, valor superior ao salário mínimo de R$ 1.100. Os dados são da pesquisa “Mapa da Inadimplência no Brasil”, divulgada em julho deste ano pela Serasa.

A situação reflete a crise econômica vivida pelo país, que acompanha as altas da inflação e do desemprego, fatores que interferem diretamente na redução de renda das famílias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação dos últimos 12 meses – intervalo de junho de 2020 a junho de 2021 – é de 8,59%, já o total de desempregados é de 14,8 milhões.

Sem renda e com restrição ao crédito, os consumidores deixam de comprar, o que torna mais difícil a retomada econômica. Por isso, empresas e bancos criaram a solução do cartão de crédito para negativado com limite. Uma das opções disponíveis no mercado é o cartão pré-pago, em que o próprio cliente informa o valor do limite por meio de recargas. Vale ressaltar que a modalidade cobra taxas para adesão, saque, mensalidade e recarga. Por isso, é preciso avaliar se vale a pena adquiri-la no momento.

Outra alternativa é o cartão de crédito consignado, oferecido por instituições financeiras a um público direcionado como funcionários públicos, trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O limite é autorizado de acordo com a renda do solicitante.

Há, ainda, os cartões de crédito oferecidos por lojas, que possibilitam o maior prazo para o pagamento e o desconto em produtos do estabelecimento. Para ter acesso a qualquer uma dessas modalidades, é necessário pesquisar quem as oferece e em quais condições, mantendo atenção especial, sobretudo, à taxa de juros para evitar mais problemas financeiros.

A recomendação dos especialistas é que os negativados sempre busquem formas de solucionar o problema. O primeiro passo é compreender a diferença entre endividamento e inadimplência, conforme explica a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Outra dica da Abefin é, no primeiro momento, priorizar as dívidas com taxas de juros mais altas, como cartão de crédito e cheque especial.

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