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Em quase dois anos de pandemia, as escolas privadas brasileiras sofreram com o aumento nos números de evasão escolar, principalmente na educação infantil. Vamos descobrir quais os impactos nessa etapa tão importante do desenvolvimento dos alunos. Por | Andréia Lima Com o mundo em um cenário atípico e desafiador que a pandemia da COVID-19 nos […]
Em quase dois anos de pandemia, as escolas privadas brasileiras sofreram com o aumento nos números de evasão escolar, principalmente na educação infantil. Vamos descobrir quais os impactos nessa etapa tão importante do desenvolvimento dos alunos.
Por | Andréia Lima
Com o mundo em um cenário atípico e desafiador que a pandemia da COVID-19 nos trouxe, a população se deparou com a necessidade de se adaptar a uma nova forma de continuar realizando suas funções, já que foi afetado todos os aspectos de nossa vida.
Assim, a educação também precisou se reinventar para prosseguir da melhor forma possível.
Porém, mesmo com todo esforço, infelizmente em quase dois anos de pandemia, as escolas privadas brasileiras amargam o aumento nos números de evasão escolar, principalmente na educação infantil.
Foram quase 600 mil alunos que deixaram os colégios. Desses, 298 mil na creche e 308 mil na pré-escola, uma queda de 21% e 25%, respectivamente. Os números representam uma queda de quase 10% nas matrículas.
De acordo com a pesquisa, um dos fatores que causou essa queda foi a dificuldade de promover aulas de educação infantil na forma remota.
Para especialistas e representantes do setor, as crianças menores possuem pouca autonomia para estudar sem acompanhamento especializado. Sem falar que a creche não é uma etapa obrigatória.
A pandemia também causou perdas financeiras para alguns pais que optaram por substituir a escola particular por ensino público.
Segundo o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Bruno Eizerik, essa oscilação no mercado educacional com perdas e agora procura por matrículas só deve se normalizar no próximo ano.
Ele afirma que a pandemia fechou muitos colégios e agora, em 2022, com o retorno das atividades de forma presencial, a dificuldade é achar escolas com vagas.
Outro fato muito comum em 2020 e 2021 foi o de pais que decidiram tirar seus filhos da creche e pré-escola da rede privada e não os colocaram na rede pública.
Eizerik confirma que as escolas privadas também estão vendo cada vez mais os alunos chegarem ao 1º ano sem terem cursado a educação infantil, o que, na avaliação de especialistas, traz problemas pedagógicos importantes.
O Brasil decidiu, em 2014, que a pré-escola é uma etapa obrigatória de ensino para as crianças de 4 a 5 anos.
Fazer pré-escola tem efeitos positivos sobre o aprendizado subsequente, sendo assim os impactos de não cursar-lá não são pequenos.
É uma etapa que desenvolve com mais intencionalidade as chamadas competências socioemocionais, como a persistência, o trabalho em grupo, saber lidar com os colegas e entender que eles também têm direitos.
São habilidades que vão ser fundamentais para as crianças desenvolverem competências cognitivas.
Além disso, é nesse momento em que se faz a exposição ao mundo letrado. Nessa fase, a professora conta histórias de livros, a criança entende o som da letra, cria consciência fonológica.
Por fim, o ensino fundamental, os anos iniciais (do 1º ao 5º) das escolas privadas foram os mais afetados. Nessa etapa, houve uma perda de 265 mil estudantes, o que significa uma queda de 9% do total das matrículas.
Os anos finais do fundamental (do 6º ao 9º) tiveram uma contração de 2%, com a perda de 37 mil estudantes. E só o ensino médio conseguiu manter o mesmo patamar de estudantes.
Com a retomada das aulas presenciais, as famílias precisam se organizar bem financeiramente e serem comunicadas de todos os investimentos e benfeitorias que as instituições de ensino fazem e oferecem à comunidade escolar.
Com menos alunos, as instituições têm menos dinheiro em caixa. Isso em um cenário em que as escolas tiveram que arcar com os custos para viabilizar o ensino remoto.
Para tentar equilibrar as contas, as mensalidades acabam subindo, ao mesmo tempo em que se busca adequar o valor à realidade dos pais.
Nesse sentido é indiscutível que o valor das mensalidades pode ser um agravante para evasão escolar.
Afinal, aumento de preço sem melhorias faz com que os pais se questionem. Afinal, eles consideram que podem ter o mesmo nível de ensino em outras instituições, sem precisar pagar mais por isso.
Acima de tudo a evasão escolar se torna trágica para o país, pois o desenvolvimento econômico não tem sustentabilidade se a educação não estiver bem, se a população não for preparada e qualificada.
Desta forma uma grande parcela dos jovens acabam migrando da escola para o mercado de trabalho informal, para o subemprego e o mais grave: sem concluir a educação básica.
Detectar o problema, é o primeiro passo para buscar formas de resolvê-lo. A verdade é que todos precisam de incentivo, e não só, mas devem ser dadas aos que já apresentam as características que levam a evasão escolar.
Detectando o problema, é preciso avaliar a forma de agir. Recorrer à família e tentar encontrar uma ação em conjunto pode ser a saída.
Outra boa forma de ajudar nesse realidade é levar desde muito cedo a educação financeira para as escolas, ajudando os alunos a terem uma mudança de mentalidade e dessa forma colaborando para fortalecer o ciclo produtivo do país.
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